Por:Pr. Luiz Fernando R. de Souza
Ao observamos as eclesiologias e as liturgias em nossas igrejas, vemos uma total descaracterização. Aquilo que deveria ser direcionado para Deus e Sua glória exclusivamente foi totalmente travestido de um humanismo exacerbado. Deus que deveria ser o foco central do culto foi alijado do processo e virou nota de rodapé colocado na parte inferior das atividades. Deus virou pretexto para que o homem continue no centro. Deus é citado como apoio às práticas mundanas e capitalistas que permeiam a igreja. Há uma expressão que vem dos tempos da Reforma que diz: SOLI DEO GLÓRIA. Quer dizer: Glória somente a Deus. O insuperável Johann Sebastian Bach que revolucionou a música terminava todos os manuscritos de suas composições com as letras S.D.G. (Soli Deo Glória).
Isso nos mostra que tudo em nossas vidas deveria apontar para Deus. O culto é para Deus. Somente Deus merece receber a glória e isso implica que Ele deve ser o centro do culto. A Reforma resgatou essa máxima esquecida durante séculos. O culto não pode ser voltado para o homem. Não pode procurar satisfazer os desejos do homem e nem girar em torno dele. Mas vemos que o homem assumiu o lugar de Deus e passou a ser reverenciado. As pregações não apontam mais para o pecado que leva o homem a perdição e nem mais mostram a graça salvadora de Deus, mas sinalizam maneiras dos homens superarem suas crises.
Basta ver os títulos dos sermões pregados. Em uma rápida passagem de olhos pela internet encontrei alguns títulos interessantes, vejamos: “Vencendo as Batalhas; Tempo de Conquistas; Vivendo Triunfantemente, etc." Vejamos alguns títulos do Príncipe dos Pregadores Charles Haddon Spurgeon: “A Humilhante mas Gloriosa Dependência de Deus; O Terrível Porém da Justiça Própria, etc." Daí da para perceber a grande diferença.
As músicas não exaltam mais a Deus, mas sim se centram no homem e suas crises. Se observarmos as músicas evangélicas atuais veremos essa triste realidade. Músicas que mostram o que Deus fará pelo homem e não a expressão de uma alma agradecida a Deus. Existe até música de louvor dedicado a ser humano! Sei que existe este tipo de música religiosa entre os mórmons, mas para cristão... A quantidade de vezes que o pronome eu aparece nessas músicas é algo estarrecedor. Se compararmos com os grandes hinos da hinologia cristã veremos o contraste gritante.
O primeiro hino do Cantor Cristão diz: “A ti, ó Deus, fiel e bom Senhor. Eterno Pai, supremo Benfeitor, Nós, os teus servos, vimos dar louvor, Aleluia! Aleluia! O que dizer das catarses praticadas em nossos cultos? Gritos de vitória, brados de louvor, tudo isso produz alívio e não libertação. Qualquer psicólogo recém formado pode confirmar isso. Para tristeza nossa essas práticas espúrias entraram para ficar. O que dizer dos moveres de Deus nos cultos onde o frenesi se instala e o ego grupal prevalece, as pessoas rodopiam, gritam, caem ao chão, riem sem parar, imitam animais com seus sons e mais um cem números de outras bizarrices?
Muitos adentram as igrejas para buscar suas bençãos e encontram sacerdotes corroídos que oportunamente lhes oferecem as bênçãos, buscando satisfazer os egos eternamente insatisfeitos em troca de alguma coisa material. Muitos esqueceram que as reuniões solenes dos santos são para louvor e glória de Deus. Essas reuniões deveriam ter Deus e Sua glória em primeiro lugar. Nossos cânticos deveriam exaltar o nome que é sobre todo nome. Nossas orações deveriam expressar nossa gratidão Àquele que nos amou e morreu por nós. Hoje cantamos músicas desprovidas de adoração. Muitas dessas coisas cantadas em nossas igrejas expressam um antropocentrismo aviltante. Muitos acham que louvor é somente cantar qualquer coisa. Louvor também é expressão de nossa admiração em relação a Deus. Por estarmos admirados com a grandeza de Deus e com Seu amor expressamos isso adorando, louvando Sua pessoa.
Mas o culto mudou. Temos culto do Eliser. Vejam só que nome de culto! Acredito que seja um culto específico para arranjar namorado/companheiro. Quando é que um culto se presta a isso? Paralelamente temos o culto da Terapia do Amor onde os descasados estão à cata de um companheiro/a. Nada mais mundano que isso!
O que dizer dos cultos para empresários bem sucedidos e outros falidos juntamente com os desempregados à procura de empregos? Dêem outro nome a isso, menos culto. Isso causa náuseas em qualquer bom cidadão.
Ao entrarmos em nossas igrejas deveríamos lembrar a máxima de João Batista: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”. Deveríamos lembrar o que o Senhor disse a Moisés: “Descalce os pés porque a terra é santa”.
Não gostaria de falar, mas me sinto constrangido a isso. E os famigerados cultos de libertação? O próprio nome do culto é uma contradição. Libertação para quem já foi liberto? Libertar o cristão se Cristo já realizou tudo no Calvário? O que tais pessoas entendem sobre as palavras de Cristo na cruz: Tudo está consumado?
Culto deveria ser expressão de nossa liberdade conquistada na cruz e nunca para buscarmos libertação. Culto deveria ser nossa celebração pela vitória alcançada na cruz e isso pela misteriosa, grandiosa e maravilhosa graça de Deus.
Precisamos de uma vez por todas fazer coro com os reformadores: SOLI DEO GLORIA.
Soli Deo Glória
Archive for julho 2010
Pra quem são nossos Cultos?
A cruz e eu
Por Arthur W. Pink
Antes de abordarmos o tema deste versículo, desejamos fazer algumas considerações sobre os seus termos. “Se alguém” — o termo utilizado refere-se a todos os que desejam unir-se ao grupo dos seguidores de Cristo e alistar-se sob a bandeira dEle. “Se alguém quer” — o grego é muito enfático, significando não somente a anuência da vontade, mas também o propósito completo do coração, uma resolução determinada. “Vir após mim” — como um servo sujeito a seu Senhor, um aluno, ao seu Mestre, um soldado, ao seu Capitão. “Negue” — o vocábulo grego significa negue-se completamente. Negue-se a si mesmo — a sua natureza pecaminosa e corrupta. “Tome” — não quer dizer leve ou suporte passivamente, e sim assuma voluntariamente, adote ativamente. “A sua cruz” — que é desprezada pelo mundo, odiada pela carne, mas, apesar disso, é a marca distintiva de um verdadeiro crente. “E siga-me” — viva como Cristo viveu, para a glória de Deus.
O contexto imediato é ainda mais solene e impressionante. O Senhor Jesus acabara de anunciar aos seus apóstolos, pela primeira vez, a aproximação de sua morte de humilhação (v. 21). Pedro, admirado, disse-Lhe: “Tem compaixão de ti, Senhor” (v. 22). Estas palavras expressaram a política da mentalidade carnal. O caminho do mundo é a satisfação e a preservação do “eu”. “Poupa-te a ti mesmo” é a síntese da filosofia do mundo. Mas a doutrina de Cristo não é “salva-te a ti mesmo”, e sim sacrifica-te a ti mesmo. Cristo discerniu no conselho de Pedro uma tentação da parte de Satanás (v. 23) e, imediatamente, a repeliu. Jesus disse a Pedro não somente que Ele tinha de ir a Jerusalém e morrer ali, mas também que todos os que desejassem tornar-se seguidores dEle tinham de tomar a sua cruz (v. 24). Existia um imperativo tanto em um caso como no outro. Como instrumento de mediação, a cruz de Cristo permanece única; todavia, como um elemento de experiência, ela tem de ser compartilhada por todos os que entram na vida.
O que é um “cristão”? Alguém que possui membresia em uma igreja na terra? Não. Alguém que afirma um credo ortodoxo? Não. Alguém que adota certo modo de conduta? Não. Então, o que é um cristão? É alguém que renunciou o “eu” e recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Cl 2.6). O verdadeiro cristão é alguém que tomou sobre si o jugo de Cristo e aprende dEle, que é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). O verdadeiro cristão é alguém que foi chamado à comunhão do Filho de Deus, “Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9): comunhão em sua obediência e sofrimento agora; em sua recompensa e glória no futuro eterno. Não existe tal coisa como o pertencer a Cristo e viver para satisfazer o “eu”. Não se engane nesse ponto. “Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27) — disse o Senhor Jesus. E declarou novamente: “Aquele que [em vez de negar-se a si mesmo] me negar diante dos homens [e não para os homens — é a conduta, o andar que está em foco nestas palavras], também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.33).
A vida cristã tem início com um ato de auto-renúncia, sendo continuada por automortificação (Rm 8.13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso, quando Cristo o deteve, foi esta: “Que farei, Senhor?” (At 22.10.) A vida cristã é comparada a uma corrida, e o atleta é chamado a desembaraçar-se “de todo peso e do pecado que tenazmente... assedia” (Hb 12.1) — ou seja, o pecado que está no amor ao “eu”, o desejo e a resolução de seguir nosso próprio caminho (Is 53.6). O grande e único alvo, objetivo e tarefa colocados diante do cristão é seguir a Cristo: seguir o exemplo que Ele nos deixou (1 Pe 2.21); e Ele não agradou a Si mesmo (Rm 15.3). Existem dificuldades no caminho, obstáculos na jornada, dos quais o principal é o “eu”. Portanto, ele tem de ser “negado”. Este é o primeiro passo em direção a seguir a Cristo.
O que significa negar completamente a si mesmo? Primeiramente, significa o completo repúdio de sua própria bondade: cessar de confiar em quaisquer de nossas obras para recomendar-nos a Deus. Significa uma aceitação irrestrita do veredicto divino de que todos os nossos melhores feitos são “como trapo da imundícia” (Is 64.6). Foi neste ponto que Israel falhou, “porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3). Esta afirmativa deve ser contrastada com a declaração de Paulo: “E ser achado nele, não tendo justiça própria” (Fp 3.9).
Negar completamente a si mesmo significa renunciar de todo a sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar no reino de Deus, se não se tornar como uma “criança” (Mt 18.3). “Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Is 5.21.) “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Quando o Espírito Santo aplica o evangelho com poder em uma alma, Ele o faz “para destruir fortalezas, anulando... sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5). Um lema sábio que todo cristão deve adotar é: “Não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).
Negar completamente a si mesmo significa renunciar suas próprias forças: não ter qualquer confiança na carne (Fp 3.3). Significa prostrar o coração à afirmativa de Cristo: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Foi neste ponto que Pedro falhou (Mt 26.33). “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18). Quão necessário é que estejamos sempre atentos! “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co 10.12). O segredo do vigor espiritual se encontra em reconhecermos nossa fraqueza pessoal (ver Is 40.29; 2 Co 12.9). Sejamos, pois, fortes “na graça que está em Cristo Jesus” (2 Tm 2.1).
Negar completamente a si mesmo significa renunciar de todo a sua própria vontade. A linguagem de uma pessoa não-salva é: “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). A atitude de um verdadeiro cristão é: “Para mim, o viver é Cristo” (Fp 1.21) — honrar, agradar e servir a Ele. Renunciar a nossa própria vontade significa dar atenção à exortação de Filipenses 2.5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”; e isto é definido nos versículos seguintes como auto-renúncia. Renunciar a nossa própria vontade é o reconhecimento prático de que não somos de nós mesmos e de que fomos “comprados por preço” (1 Co 6.20); é dizermos juntamente com Cristo:
“Não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” (Mc 14.36).
Negar completamente a si mesmo significa renunciar as suas próprias concupiscências ou desejos carnais. “O ego de um homem é um pacote de ídolos” (Thomas Manton), e esses ídolos têm de ser repudiados. Os não-crentes amam a si mesmos (2 Tm 3.2 – ARC). Todavia, alguém que foi regenerado pelo Espírito diz, assim como Jó: “Sou indigno... Por isso, me abomino” (40.4; 42.6). A respeito dos não-crentes, a Bíblia afirma: “Todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2.21). Mas, a respeito dos santos de Deus, está escrito: “Eles... mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11). A graça de Deus está nos educando “para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.12).
Este negar a si mesmo que Cristo exige dos seus seguidores é total. Não há qualquer restrição, quaisquer exceções — “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14). Este negar a si mesmo tem de ser contínuo e não ocasional — “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Tem de ser espontâneo, não forçado; realizado com alegria e não com relutância — “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). Oh! quão perversamente tem sido abaixado o padrão que Deus colocou diante de nós! Como este padrão condena a negligência, a satisfação carnal e a vida mundana de muitos que se declaram (inutilmente) “cristãos”!
“Tome a sua cruz.” Isto se refere à cruz não como um objeto de fé, e sim como uma experiência na alma. Os benefícios legais do Calvário são recebidos por meio de crer, quando a culpa do pecado é cancelada, mas as virtudes experimentais da cruz de Cristo são desfrutadas apenas quando somos conformados, de modo prático, “com ele na sua morte” (Fp 3.10). É somente quando aplicamos a cruz, diariamente, ao nosso viver e regulamos nosso comportamento pelos princípios dela, que a cruz se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós. Não pode haver ressurreição onde não há morte; não pode haver um andar prático, “em novidade de vida”, enquanto não levamos “no corpo o morrer de Jesus” (2 Co 4.10). A cruz é a insígnia, a evidência do discipulado cristão. É a cruz de Cristo e não o credo dEle que faz a distinção entre um verdadeiro seguidor de Cristo e os religiosos mundanos.
Ora, em o Novo Testamento a “cruz” representa realidades definidas. Primeiramente, a cruz expressa o ódio do mundo. O Filho de Deus não veio para julgar, e sim para salvar; não veio para castigar, e sim para redimir. Ele veio ao mundo “cheio de graça e de verdade”. O Filho de Deus sempre estava à disposição dos outros: ministrando aos necessitados, alimentando os famintos, curando os enfermos, libertando os possessos de espíritos malignos, ressuscitando mortos. Ele era cheio de compaixão — manso como um cordeiro, totalmente sem pecado. O Filho de Deus trouxe consigo boas-novas de grande alegria. Ele buscou os perdidos, pregou aos pobres, mas não desprezou os ricos; e perdoou pecadores. De que modo Cristo foi recebido? Que boas-vindas os homens Lhe ofereceram? Os homens O desprezaram e rejeitaram (Is 53.3). Ele disse: “Odiaram-me sem motivo” (Jo 15.25). Os homens sentiram sede do sangue de Jesus. Nenhuma morte comum lhes satisfaria. Exigiram que Jesus fosse crucificado. Por conseguinte, a cruz foi a manifestação do ódio inveterado do mundo para com o Cristo de Deus.
O mundo não se alterou, assim como o etíope ainda não mudou a sua pele e o leopardo, as suas manchas. O mundo e Cristo ainda estão em antagonismo. Por isso, a Bíblia afirma: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). É impossível andarmos com Cristo e gozarmos de comunhão com Ele, enquanto não tivermos nos separado do mundo. Andar com Cristo envolve necessariamente compartilhar de sua humilhação — “Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hb 13.13). Foi isso o que Moisés fez (ver Hb 11.24-26). Quanto mais intimamente eu estiver andando com Cristo, tanto mais incorretamente serei compreendido (1 Jo 3.2), tanto mais serei ridicularizado (Jó 12.4) e odiado pelo mundo (Jo 15.19). Não cometa erro neste ponto: é totalmente impossível ser amigo do mundo e andar com Cristo. Portanto, tomar a cruz significa que eu desprezo voluntariamente a amizade do mundo, recusando conformar-me com ele (Rm 12.2). Que me importa a carranca do mundo, se estou desfrutando do sorriso do Salvador?
Tomar a cruz significa uma vida de sujeição voluntária a Deus. No que concerne à atitude de homens ímpios, a morte de Cristo foi um assassinato. Mas, no que se refere à atitude do próprio Senhor Jesus, a sua morte foi um sacrifício espontâneo, uma oferta de Si mesmo a Deus. Foi também um ato de obediência a Deus. Ele mesmo disse: “Ninguém a tira de mim [a vida dEle]; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10.18). E por que Ele a entregou espontaneamente? As próximas palavras do Senhor Jesus nos dizem: “Este mandato recebi de meu Pai”. A cruz foi a suprema demonstração da obediência de Cristo. Nisto, Ele é nosso exemplo. Citamos novamente Filipenses 2.5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Nas palavras seguintes, vemos o Amado do Pai assumindo a forma de um servo e “tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”.
Ora, a obediência de Cristo tem de ser a obediência do cristão — voluntária, alegre, irrestrita, contínua. Se esta obediência envolve vergonha e sofrimento, menosprezo e perdas, não devemos vacilar; pelo contrário, temos de fazer o nosso “rosto como um seixo” (Is 50.7). A cruz é mais do que um objeto da fé do cristão, é a insígnia do discipulado, o princípio pelo qual a vida do crente deve ser regulada. A cruz significa entrega e dedicação a Deus — “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
A cruz representa sofrimento e sacrifício vicários. Cristo entregou sua própria vida em favor de outros; e os seguidores dEle são chamados a fazerem espontaneamente o mesmo — “Devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Esta é a lógica inevitável do Calvário. Somos chamados a seguir o exemplo de Cristo, à comunhão de seus sofrimentos, a sermos cooperadores em sua obra. Assim como Cristo “a si mesmo se esvaziou” (Fp 2.7), assim também devemos nos esvaziar. Cristo “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.28); temos de agir da mesma maneira. Assim como Cristo “não se agradou a si mesmo” (Rm 15.3), assim também não devemos agradar a nós mesmos. Como o Senhor Jesus sempre pensou nos outros, assim devemos nos lembrar “dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos”, como se fôssemos nós mesmos os maltratados (Hb 13.3).
“Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16.25). Palavras quase idênticas a estas se encontram também em Mateus 10. 39, Marcos 8.35, Lucas 9.24; 17.33, João 12.25. Esta repetição certamente é um argumento em favor da profunda importância de prestarmos atenção e atendermos às palavras de Cristo. Ele morreu para que vivêssemos (Jo 12.24); devemos agir de modo semelhante (Jo 12.25). Assim como Paulo, devemos ser capazes de afirmar: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo” (At 20.24). A “vida” de satisfação do “eu” neste mundo é perdida na eternidade. A vida que sacrifica os interesses do “eu” e se rende a Cristo, essa vida será achada novamente e preservada em toda eternidade.
Um jovem que concluíra a universidade e tinha perspectivas brilhantes respondeu à chamada de Cristo para uma vida de serviço para Ele na Índia, entre as classes mais pobres. Seus amigos exclamaram: “Que tragédia! Uma vida desperdiçada!” Sim, foi uma vida “perdida” para este mundo, mas “achada” no mundo por vir.
Lei da Ondulação
Teríamos essa coragem?
A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40.
10 verdades que pregamos sobre 10 mentiras que praticamos
Certo pastor estava buscando levar a igreja à prática da comunhão e da devoção experimentadas pela igreja primitiva (conforme descrita em Atos dos Apóstolos). Logo recebeu um comunicado de seus superiores: “Estamos preocupados com a forma como você vem conduzindo seu trabalho ministerial. Você foi designado para tomar conta dessa igreja e a fez retroceder, pelo menos, uns 40 anos! O quê está acontecendo?”. O pastor respondeu: “40 anos? Pois então lamento muitíssimo! Minha intenção era fazê-la retroceder uns 2.000!”.
Atualmente temos acompanhado um retrocesso da vivência e prática cristãs. Mas, infelizmente, não é um retrocesso como o da introdução acima. Algumas das verdades cristãs têm sido negadas na prática. Como diz Caio Fábio, muitos de nós somos “crentes teóricos, entretanto, ateus práticos”. Segue-se uma pequena lista dos top 10 das verdades que pregamos (na teoria) acerca das mentiras que vivemos (na prática):
I - “SÓ JESUS SALVA” é o que dizemos crer. Mas o que ouvimos dizer é que só é salvo, salvo mesmo, quem é freqüente à igreja, quem dá o dízimo direitinho, quem toma a santa ceia, quem ganha almas para Jesus, quem fala língua estranha, quem tem unção, quem tem poder, quem é batizado, quem se livrou de todo vício, quem está com a vida no altar (seja lá o que isso signifique), quem fez o Encontro, etc e etc. Resumindo: em nosso conceito de salvação, só é salvo aquele que não me escandaliza.
II - “DIANTE DE DEUS, TODOS OS PECADOS SÃO IGUAIS” é o que dizemos crer. Mas, diante da igreja, o único pecado é fazer sexo fora do casamento. Quando um irmão é pego em adultério, é comum ouvirmos o comentário: “O irmão fulano caiu...”. Ou seja, adultério é visto como uma “queda”. Mas a fofoca que leva a notícia do adultério de ouvido a ouvido é permitida (embora, na Bíblia haja mais referências ao mexeriqueiro do que ao adúltero). Estar com o nome ‘sujo’ no SPC é permitido, embora a Bíblia condene o endividamento. Ser glutão é permitido, a ‘panelinha’ é permitida, sonegar imposto de renda é permitido (embora seja mentira e roubo), comprar produto pirata é permitido (embora seja crime) construir igreja em terreno público é permitido (embora seja invasão).
III - “AUTOFLAGELAÇÃO É SACRIFÍCIO DE TOLO”, é o que dizemos crer. Condenamos o sujeito que faz procissão de joelhos, que sobe escadarias para pagar promessas. Ainda assim praticamos um masoquismo espiritual que se expõe em frases do tipo: “Chora que Deus responde”; “a hora em que seu estômago está doendo mais é a hora em que Deus está recebendo seu jejum”; “quando for orar de madrugada, tem que sair da cama quentinha e ir para o chão gelado”; “tem que pagar o preço”.
IV - “ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO É DIABÓLICO” é o que dizemos crer, mas vivemos praticando isso nas igrejas, dentro dos templos e durante os cultos!
- Olha só a cara do pastor. Deve ter brigado com a esposa.
- A irmã Fulana não tomou a ceia. Deve estar em pecado.
- Olha o irmão no boteco. Deve estar bebendo...
- Olha só o jeito que a irmã ora. É só para se amostrar...
- Olha a irmã lá pegando carona no carro do irmão. Hum, aí tem...
V - “DEUS USA QUEM ELE QUER” é o que dizemos. Mas também dizemos: Deus não pode usar quem está em pecado; Deus não usa ‘vaso sujo’; “Como é que Deus vai usar uma pessoa cheia de maquiagem, parecendo uma prostituta?”.
VI - “DEUS ABOMINA A IDOLATRIA” dizemos. Mas esquecemos que idolatria é tudo o que se torna o objeto principal de nossa preocupação, lealdade, serviço ou prazer. Como renda, bens, futebol, sexo ou qualquer outra coisa. A questão é: quem ou o quê regula o meu comportamento? Deus ou um substituto? Há até muitas esposas, por exemplo, que oram pela conversão do marido ao ponto disso tornoar-se numa obsessão idolátrica: “Tenho que servir bem a Deus, para ele converter meu marido”; “Não posso deixar de ir a igreja senão Deus não salva meu marido”; “Preciso orar pelo meu marido, jejuar pelo meu marido, fazer campanhas pelo meu marido, deixar de pecar pelo meu marido”. Ou seja, a conversão do marido tornou-se o objetivo final e Deus apenas o meio para alcançar esse objetivo. E isso também é idolatria.
VII - A BÍBLIA É A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA CRISTÃS
...Eu sei que a Bíblia diz, mas o Estatuto da Igreja rege...
... Eu sei que a Bíblia diz, mas nossa denominação não entende assim
... Eu sei que a Bíblia diz, mas a profeta revelou que é assim que tem que ser
... Eu sei que a Bíblia diz, mas o homem de Deus teve um sonho...
...Eu sei que a Bíblia diz, mas isso é coisa do passado...
VIII - DEUS ME DEU ESTA BENÇÃO!
...mas eu paguei o preço.
...mas eu fiz por onde merece-la.
...mas não posso dividir com você porque posso estar interferindo na vontade de Deus. Vai que Ele não quer que você tenha... Se você quiser, pague o preço como eu paguei.
IX - NÃO SE DEVE JULGAR PELAS APARENCIAS. AS APARENCIAS ENGANAM – mas frequentemente nos deixamos levar por elas para emitirmos nossos juízos acerca dos outros. Julgamos pela roupa, pelo corte de cabelo, pelo tamanho da saia, pelo tipo de maquiagem (ou a falta dela), pelo jeito de andar, de falar, pelo aperto de mão, pela procedência. Frequentemente, repito: frequentemente falamos ou ouvimos alguém falar: “Nossa! Como você é diferente do que eu imaginava. Minha primeira impressão era de que você era outro tipo de pessoa”.
X - A SANTIFICAÇÃO É UM PROCESSO DE DENTRO PARA FORA (é o que dizemos) – na prática não basta ser santo, tem que parecer santo. Se a tal ‘santificação’ não se manifestar logo em um comportamento pré-estabelecido, num jeito de falar, andar, vestir e de se comportar é porque o sujeito não se ‘converteu de verdade’
FONTE: Gosto de Ler através de Barbara Matias
Gripados
Nona acusação: Um silêncio acerca da santificação.
Há uma falta de ensino sério sobre santidade. Meu caro amigo, com ensino genérico sobre santidade todo mundo concorda. Vamos ser santos. Nós precisamos ser mais santos. Vamos ter uma conferência sobre santidade.
Mas quando você é específico sobre o que isso significa, é ai que tudo fica tumultuado.
“Busque paz com todos os homens,” o escritor de Hebreus nos diz, “e santificação sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Alguém acredita nisso?
Você diz, “Irmão Paul, eu tenho sido culpado tão freqüentemente por ensinar, você sabe, religião de obras.”
Escutem-me. Escutem. Novamente, isso remete à regeneração e a providência de Deus. Se Deus verdadeiramente converte um homem, ele vai continuar trabalhando nesse homem, através do ensino, benção, advertência e disciplina. Ele vai certificar-se de que o trabalho que ele começou será completo. E é por isso que o escritor diz, “Sem santificação, sem santidade ninguém verá o Senhor”.
Por quê? Porque se não existe crescimento em santidade, Deus não está trabalhando em sua vida. Se Ele não está trabalhando em sua vida é porque você não é um filho.
Veja as diferenças entre Jacó e Esaú. “Amei a Jacó... Odiei a Esaú”. Porém, Deus cumpriu suas promessas em ambos. Jacó foi abençoado. Esaú foi abençoado. Como Deus demonstrou seus julgamentos e ira contra Esaú e seu amor com Jacó? Eu vou lhe contar como. Ele deixou Jacó à vontade. Ele deixou Esaú à vontade, sem exercer disciplina, sem piedade, nada. Mas ele espancava Jacó até à morte quase todos os dias de sua vida.
A disciplina amorosa, a correção de Deus para nos trazer à santidade.
Agora, há tanto ensino sobre isso, mas deixe-me dizer isso: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo...” Romanos 12:1 e continua no segundo.
Seus corpos. Por que ele diz “corpo”? Eu acredito que para evitar toda essa super espiritualidade.
“Bem, eu dei a Jesus o meu coração e você não pode julgar um livro pela sua capa.”
Bem, a verdade é que, você pode julgar um livro pela sua capa. Jesus nunca disse que você não poderia julgar um livro pela capa. Ele disse que você poderia. “Você os conhecerá pelos seus frutos.”
E se você pensa que deu-lhe seu coração, então ele vai ter seu corpo. E vou lhe contar o motivo. O coração, meu amigo, não é um músculo de bombeamento de sangue ou o fruto da imaginação de um poeta. Ele refere-se à sua verdadeira essência ou centro do seu ser. Não me diga que Jesus tem a sua real essência e o centro do seu ser e isso não afeta seu corpo. Isso não vai acontecer.
E então o que nós fazemos? Nós vamos à Escritura, o que, legalisticamente? Não, extraindo inferências? Não. Apenas baseando-se nos mandamentos da Escritura.
Sobre o quê?
Eu não concordo com tudo que os Puritanos disseram, mas eu amo os Puritanos e uma das razões porquê eu os amo é que acredito que eles honestamente tentaram colocar tudo nas suas vidas abaixo do senhorio de Jesus Cristo.
Suas mentes, por eles terem escrito 800 páginas de livros sobre o que eu devo pensar, de acordo com as Escrituras. O que não deve entrar na minha mente de acordo com as Escrituras? O que eu devo fazer com meus olhos? O que deve entrar nesses ouvidos e o que não deve entrar nesses ouvidos? Como a língua deve ser dirigida? Qual deve ser a direção da minha vida?
E sim, eu vou te assustar até à morte. Como eu devo proceder?
Agora eu tenho que ser cuidadoso aqui. Eu não quero criar inferências e outras coisas. Meu querido amigo, minha esposa diz assim: “Se as suas roupas são uma moldura para o seu rosto, pelo qual a glória de Cristo é manifestada, então é de Deus. Mas se suas roupas são uma moldura para o seu corpo, é sensual e Deus odeia.” Disse o bastante?
Agora, eu posso falar tudo sobre santidade –e santidade não é apenas uma expressão exterior- mas nós nos tornamos um povo que usa a obra interior do Espírito Santo como uma desculpa para dizer que nada vai acontecer no lado de fora. E isso não é verdade.
Alguns jovens dentre vocês clamam provavelmente mais do que eu para que o Espírito de Deus preencha-os e trabalhe em vocês, mas é necessário apenas meia hora de televisão para entristecê-lo de tal forma que ele estará a quilômetros de vocês.
99% pura, 1% esgoto, Eu não bebo.
Uma vez eu estava tendo lutas e Leonard Ravenhill estava conversando com um querido amigo meu que estava dizendo, “Irmão Leonard, um rapaz , o irmão Paul, ele está realmente tendo lutas.” E ele mandou um folheto. Eu ainda tenho aquele folheto. Eu nunca, NUNCA, vou me desfazer daquilo. Ele dizia, “Outros podem, você não.”
Eu não necessariamente concordo com tudo.
Escute-me rapaz. Eu não vou a shoppings. Eu não vou, não porque sou mais santo do que você. É porque eu sei quem eu sou.
Existe a história de um dos mais refinados, melhores violinistas na Europa tocando em um último concerto, um homem velho. E quando ele finalizou um rapaz andou até o violinista e disse, “Senhor, eu daria minha vida para tocar como você.”
E o velho homem disse, “Filho, eu dei minha vida para tocar como eu.”
“Eu quero o poder de Deus em minha vida” Então algo tem que ser abandonado/perdido.
“Eu quero conhecê-lo.” Então uma separação deve acontecer.
Deixe-me dizer-lhe uma coisa jovem, todo mundo está andando por ai, todos seus pequenos retiros e todas suas conferências e encontros com abraços grupais e cantando Kumbayah e tudo mais. Talvez você tenha que ficar sozinho no deserto com Deus e jejuar por sete dias de joelhos estudando o livro de Salmos, apenas ficando a sós com Deus, pertencendo a Ele.
Para ser um homem de Deus deve existir um senso onde algumas vezes até sua esposa que é da sua própria carne, uma com ela, ela olha em seus olhos e sabe que não pode ir onde você está indo.
Existe silêncio acerca da santificação. Eu penso, “Não se una a descrentes; porque qual parceria há entre retidão e iniqüidade?” Nenhuma. “Ou qual companheirismo tem a luz com as trevas?” Nenhum. Trevas é o oposto da revelação de Deus.
Ou que harmonia Cristo tem com Belial? Nenhuma. Ou o que tem o crente em comum com o descrente? Nada.
Ele diz, “Saia do meio deles.” Saia do meio do que? Saia do meio da iniqüidade, trevas, tramas satânicas e da vida e mundanismo do descrente. Saia disso.
Oitava Acusação: Uma falta de amorosa e compassiva disciplina eclesiástica.
A oitava acusação – e vamos nos apressar nisso – e eu sei que isso é mal entendido hoje, então vou defini-la: uma falta de amorosa e compassiva disciplina eclesiástica.
A maioria dos pastores evangélicos atualmente na América devem pegar Mateus 18 e arrancá-lo das suas Bíblias.
Você não pode fazer isso, senhor. Você tem que ficar com tudo.
Muitos pastores, sua teologia fica para trás quando eles saem do seu escritório, do seu local de estudo. Eles são teológicos nas conversas, são teológicos nos seus escritórios, mas quando saem, eles administram a igreja por métodos carnais.
Eu não sou um ancião na minha igreja então e não estou lá há muito tempo, então posso dizer isso sem me gabar. Ela pratica disciplina eclesiástica. É uma igreja bem grande, cerca de 1000 pessoas. E eles estimaram ter salvo 30 casamentos nos últimos anos através de amorosa e compassiva disciplina eclesiástica, que não começa com excomunhão. Começa com, “Vós que sois espirituais...” (Gálatas 6:1)
Nós dizemos, “Oh, eu sou tão amoroso. Nós não podemos praticar disciplina. Somos muito amorosos.”
Você é mais amoroso que Jesus? Ele é quem ordenou isso.
“Sim, mas vai causar tantos problemas.”
Sim, você está certo. Talvez seja por isso que não há muitos problemas entre a igreja e a cultura hoje: porque não estamos confrontando a cultura.
E não confrontamos a cultura simplesmente saindo e fazendo protestos em Hollywood. Nós confrontamos a cultura obedecendo a Deus. Noé construiu a arca e condenou o mundo. Você não precisa ter uma faixa de protesto, só ande em obediência e o mundo irá te odiar.
Meu querido amigo, “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;” (Mateus 18:15). Oh, que coisa maravilhosa! “Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.” (v. 16).
Não que esses caras estejam no teu lado. Eles vão ouvir e julgar. Talvez você seja o errado. Talvez teu irmão não esteja em pecado. Talvez você seja crítico demais e legalista. Quem sabe?
E ouçam: “E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” (v. 17)
Meu querido amigo, eu creio que precisamos ouvir isso. Podemos começar obedecendo a Deus e nos disciplinando ou podemos deixar que Deus o faça por nós. E talvez, a hora vem e é chegada em que isso vai acontecer.
Não estou falando de homens, críticos, legalistas e odiosos. Já existem muitos. Estou falando de um homem, um grupo de anciãos, líderes que amam o bastante para arriscarem suas vidas porque sabem que isso não é um jogo. Isso não é algo que fazemos apenas para esta vida, a eternidade está em jogo, a salvação de almas. Olhe para todas estas livrarias cristãs. Olha para os livros antigos dos dias antigos, dos Wesleys e e Whitefields e, repetidamente, dos Puritanos e dos Reformadores. A maioria destes livros lidou com o que é o Evangelho, como você o prega, como você leva alguém a Cristo, como você discerne uma verdadeira conversão, você se torna um doutor de almas.
Nós nos unimos a Roma nessa questão. Roma: “O bebê é batizado, o bebê é Cristão. O bebê é de Roma. Nunca mais lide com conversão. Apenas crie todo tipo de métodos mundanos para mantê-los na Igreja.”
Evangélicos têm feito o mesmo. Ore uma pequena oração com eles depois de dois ou três minutos de aconselhamento, depois de meia hora de pregação, sendo que 25 minutos foram histórias bem divertidas, e então lance a rede depois de cinco minutos. Aconselhe-os um pouco e então os declare salvos e passe o resto dos dias discipulando-os e imaginando porque eles não crescem.
Quero lhe dizer: eu creio em discipulado pessoal um a um. Mas, meu querido amigo, a Igreja se deu bem por mil anos ou mais sem ele, sem aquilo que conhecemos como discipulado pessoal, com todos os livros e coisas diferentes.
Quero que você pense nisso: O discipulado pessoal de um a um se tornou gigante do final dos anos 70 até hoje. Qual era o clamor? “Estão saindo tantas pessoas pela porta dos fundos quanto entrando pela porta da frente e a razão disso é que não estamos discipulando as pessoas.”
Não. Isto está acontecendo porque as pessoas não estão sendo convertidas. Porque Suas ovelhas, elas ouvem Sua voz e o seguem, esteja você as discipulando ou não.
Agora, nós devemos discipular, mas não é por isso que elas estão indo embora. “Saíram de nós, mas não eram de nós” (1 João 2:19) E eles tiveram pouca chance de ser de nós porque nunca ouviram um evangelho verdadeiro e ninguém jamais lidou com suas almas.
Então, nós gastamos uma fortuna discipulando cabras esperando que se tornem ovelhas. Você não pode ensinar uma cabra a ser uma ovelha. Uma cabra se torna uma ovelha pela obra sobrenatural do Espírito do Deus Todo Poderoso.
Agora, disciplina eclesiástica: Eu mudei minha família para esta igreja porque ela pratica disciplina eclesiástica, porque eu preciso estar debaixo de disciplina eclesiástica, o cuidado observador de anciãos e outros membros que levam isso a sério. Eu quero que minhas crianças, se forem convertidas algum dia – elas são bem pequenas agora, mas se forem convertidas – ou fizerem uma profissão de fé e depois se desviarem, vou querer saber que minhas crianças serão trazidas diante da Igreja, se necessário, para salvação das suas almas.
Alguns de vocês ficariam tão indignados se um pastor lhes dissesse: “Honestamente, tenho estado orando pelas suas crianças e temo que não são convertidas.”
Você ficaria tão indignado que reuniria um grupo para expulsar aquele pastor, em vez de perceber “Oh, louvado seja Deus! Temos um homem de Deus aqui.”
Sétima Acusação: Uma Ignorância com relação à natureza da Igreja..
Agora deixe me dizer algo sobre a Igreja. Quero que vocês ouçam bem. Não existe um remanescente de crentes na Igreja. Todos nós sabemos sobre a Teologia Remanescente, você sabe que através de todo o curso de Israel, havia Israel, o povo de Deus e um remanescente de verdadeiros crentes. Este não é o caso da Igreja. Não há um remanescente de crentes ou um pequeno grupo de crentes dentro de um grande grupo chamado Igreja. A igreja é o remanescente.
I
Veja isso: “Eu lhes darei um coração e só caminho.”
Então eu quero redirecionar você um pouco. Eu quero lhe submeter que a Igreja é uma. Ela sempre foi uma.
Escute-me. Se a minha esposa estivesse no Walmart tarde da noite e você estivesse passando por lá, e você tivesse visto dois homens que estavam abusando dela, três, quatro, cinco, os homens estivessem abusando dela e machucando-a e você abaixasse a cabeça em nome da auto-preservação e você passasse de lado, eu quero te dizer algo, meu amigo. Eu não vou apenas atrás daqueles 10 homens, eu vou atrás de você também.
A Sexta Acusação: Um Apelo Evangelístico Sem Fundamento Bíblico.
A sexta acusação: um apelo evangelístico sem fundamento bíblico. Nós já tocamos neste ponto um pouco. Quero aprofundar. Olhe como temos feito ultimamente. Quero dizer... Escute-me agora... Tenho visto isto por todos os lados. Os Calvinistas, os Arminianos, muitos deles compartilham algo em comum. E é isto, o mesmo convite superficial. Falam muito sobre um monte de coisas e então eles chegam ao convite e é quase como se todos tivessem enlouquecido.
Há alguns anos minha mãe morreu de câncer, É como se o doutor entrasse e dissesse:
“Jesus não é maravilhoso?”, depois de ter mostrado o filme Jesus.
Você diz: “Irmão Paul, estás tão nervoso.”
Como você se atreve?
Quinta Acusação: Um Desconhecimento da Doutrina da Regeneração
A quinta acusação: desconhecimento acerca da doutrina da regeneração, desconhecimento acerca da doutrina da regeneração
Você dirá: “Mas irmão Paulo…”.